Começamos a semana com uma notícia muito triste para o surf internacional, para a comunidade da Ilha Reunião e em especial para a família do jovem Elio Canestri que faleceu na manhã de domingo, por volta das 9h, quando fazia um treino oficial com a equipa de surf francesa na praia de Les Aigrettes. 

O jovem de 13 anos não resistiu aos ferimentos provocados por um ataque de tubarão, no braço e perna direitas, bem como no abdómen, e acabou por falecer a bordo do barco que o resgatou. O episódio deu lugar às bandeiras vermelhas em toda a zona oeste da ilha e alguns barcos de pesca comercial tentam agora capturar o tubarão responsável pelo ataque. 

A prática de surf encontrava-se suspensa na ilha e apenas os treinos oficiais estavam permitidos nesta altura, mas sempre com mergulhadores munidos de armas por perto para garantir a segurança. Aparentemente, nesta sessão de treinos não havia a presença de qualquer mergulhador. 

O top surfer Jeremy Flores, que nasceu e viveu grande parte da sua vida neste ilha do Índico, foi um dos primeiros a reagir nas redes sociais: “Mais um ataque de tubarão na Ilha Reunião esta manhã. Elio, de 13 anos, era um dos nossos melhores jovens surfistas. Palavras não conseguem descrever o quão triste e zangado estou. Tão novo! RIP.”

Por sua vez, Amaury Lavernhe, campeão mundial de bodyboard em título e também nascido na Ilha Reunião, comentou que “Estou muito chocado, triste e preocupado. Deixo o meu apoio total aos meus amigos e à OPR (Océan Prévention Réunion) que trabalham muito para identificar e explicar os verdadeiros perigos e tentam encontrar soluções válidas para esta crise que não parece ter fim.”

Na verdade, como já mencionámos várias vezes, a situação dos tubarões por esta zona do globo não está fácil de resolver e dos 16 ataques oficiais registados desde 2011 sete foram fatais para humanos. O último teve lugar em Etang Sale, a 22 de fevereiro, e resultou na morte de uma rapariga de 22 anos quando nadava. 

Este novo episódio pode muito bem ter colocado uma última pedra na indústria e no turismo do surf na ilha, já demasiado fragilizado pelos recentes ataques. Já a população deseja apenas que o governo tome medidas concretas e que pegue nos exemplos da África do Sul e da Austrália, que lidam com esta questão há quarenta anos, para colocar em prática um programa de proteção sério e efetivo. 

R.I.P. Elio Canestri 

https://youtu.be/Qpm409ltpz4